“Por que investir em startups em saúde?”
Essa é uma questão interessante, afinal: o que uma startup da área da saúde tem de diferencial?
Primeiramente, comecemos falando sobre o que são startups. São empresas que desenvolvem uma ideia em condições de extrema incerteza, ou seja, lançam um produto que ainda não foi validado no mercado. Portanto, investir em startups vem sempre acompanhado de riscos, pois a startup pode conseguir avançar ou não.
Esse avanço depende de múltiplos fatores, como investimento, qualidade organizacional e de equipe, marketing e timing.
O que a área da saúde tem a ver com inovação?
Lá no século XVIII, aconteceu a primeira revolução industrial. Nos séculos seguintes, passaram-se a segunda e a terceira e, atualmente, vivemos a era da indústria 4.0, também chamada de quarta revolução industrial e que engloba as novas tecnologias para aprimorar os sistemas de produção.
Junto com essa era, surgiu a saúde 4.0, que busca utilizar essas mesmas tecnologias para abranger campos e melhorar processos na área da saúde. A saúde 4.0 utiliza tecnologias como Big Data, telemedicina, realidade virtual, IoT, inteligência artificial e impressão 3D, para diminuir custos e aumentar a produtividade dos serviços em saúde.
Vale a pena investir?
Um fator de suma importância para responder a esse questionamento é o fato de o Brasil ser um país em desenvolvimento e no qual a maior parte da população (cerca de 160 milhões pessoas) não possui plano de saúde. Além disso, no dia 8 de junho de 2022, o Superior Tribunal de Justiça decidiu que as operadoras de planos de saúde não precisam cobrir procedimentos que não constem na lista da Agência Nacional de Saúde Suplementar. Tal contexto gera uma sobrecarga para o Sistema Único de Saúde, que pode vir a não ser capaz de suprir tamanha demanda sozinho.
Nesse sentido, o país está cheio de oportunidades de ação para startups de diversos ramos, desde agendamentos e telemedicina à inteligência artificial para administração de clínicas e hospitais, ou mesmo, para diagnósticos. As healtechs registraram aumento de 16,1% no Brasil de 2019 a 2022, segundo Liga Ventures e consultoria PwC, e essa tendência de crescimento permanece.
De 2021 para 2022, 191 novas startups de saúde foram adicionadas na plataforma Startup Scanner, base de dados que registra as startups brasileiras, um aumento de 32,05% em relação à base total. Esse setor movimentou 1,79 bilhão dentro desse período e gerou aumento de 21,21% no número de funcionários das startups ativas nesse período.
Além disso, entre março de 2021 e março de 2022, 8 aquisições foram realizadas e o setor que mais recebeu investimentos foi o de bem-estar físico e mental.
Conclusão:
As healtechs surgiram no contexto da saúde 4.0 para suprir demandas dos sistemas de saúde mundiais e brasileiros e trouxeram consigo uma revolução na forma de trabalhar o cuidado e os processos envolvidos em seu manejo. É um setor que vem crescendo ao longo dos anos e que apresenta potencial incalculável, visto as inúmeras soluções possíveis em saúde e ao mercado, que precisa dessas soluções e está disposto a investir nelas.