The lean startup

The Lean Startup

O tema deste mês será o livro “The Lean Startup” escrito em 2011 por Eric Ries. Eric é formado em ciência da computação pela universidade de Yale e pelos últimos 9 anos é CEO da Long Term Stock Exchange e, desde sempre foi um empreendedor nato, atuando no desenvolvimento de vários projetos e produtos no ambiente de startups. 

Por ter várias experiências na área, decidiu escrever o livro que se tornou um ícone no tema de desenvolvimento de produtos, fundamentando vários conceitos importantes no ambiente de startups como o de MVP. 

O livro todo gira em torno de um conceito base: o ciclo construir-analisar-aprender e os objetivos são tornar os leitores tanto mais eficientes tanto em analisar e aprender da melhor forma possível depois de construir o produto, quanto mais eficientes em passar pelo ciclo mais e mais rápido. Isso porque, quanto mais vezes você constrói, vê a aceitação do mercado e então aprende sobre o que deve fazer em seguida, mais você valida seu produto, e, dessa forma, mais chances tem de lançar um produto que MUITAS (proposta de crescimento) pessoas REALMENTE gostam (proposta de valor).

O processo todo se inicia justamente como o MVP que, segundo o próprio autor, deve ser realmente o mínimo do mínimo mesmo, ou seja:

  • Você pode fazer um vídeo de alguém usando o produto, que na verdade nem existe, e divulgar para compras, para validar que muitas pessoas vão querer comprá-lo. 
  • Você pode fazer o Concierge MVP no qual, ao invés de haver um software que soluciona o problema, uma pessoa faz tudo à mão. A própria Netflix, para dar um exemplo, começou assim, a pessoa selecionava um DVD e esse era enviado por correio e ela então o devolvia. 

Tal processo é justamente focado em custar o mínimo possível, e já ser capaz de oferecer validação para as propostas de valor e de crescimento. Após construído tal MVP, inicia-se a parte de analisar. Novamente segundo o autor, existem duas formas de se analisar a aceitação de mercado de um produto, mas ambas se baseiam no mesmo preceito, a coleta das métricas, seja de quantas pessoas caíram na Landing Page, de quantas pessoas fizeram o Log-In, de quantas pessoas estão pagando pelo serviço, quantas pessoas acessam todos os dias, quantas estão acessando mais, quantas menos, quanto tempo cada pessoa passa logada, quantas pessoas acessaram aquela feature específica e assim por diante. De volta aos métodos de análise, são 2:

  • Método de Cohort: mede-se as métricas de maneira constante, e então elas são colocadas em um gráfico, que mostra os momentos de atualizações feitas, dessa forma, após a introdução das atualizações, pode-se ver como as métricas evoluíram (melhoraram ou pioraram). Deve-se tomar cuidado com as “métricas do ego” como número de Downloads total, que obviamente melhorará com o tempo, mesmo que não ocorram melhoras do produto. 
  • Método Split: atualiza-se somente metade (ou menos, a depender de quantas atualizações quer-se testar ao mesmo tempo) das versões do produto disponibilizadas, de forma que uma parte das pessoas receba um produto, outra parte outro produto, e então se compara as métricas de cada uma das versões para entender qual teve resultados melhores. 

Além disso, o autor dá outras opções para a análise, como entrevistas com clientes e testagem do produto por clientes in-loco, que geralmente são mais úteis para empresas em seus estágios consideravelmente mais iniciais. 

Começa então a parte de aprendizagem, ou seja, quais ferramentas foram realmente úteis, quais não foram, em quais devemos dedicar nosso tempo, quais devemos deixar de lado. É necessário ainda fazer de 3 em 3 meses as reuniões de “Pivot or Persevere” que são baseadas em responder uma questão única: O produto é bom o suficiente para continuarmos desenvolvendo-o, ou devemos mudá-lo totalmente/até mesmo largá-lo? 

O autor dá ainda duas dicas principais: 

  • Caso a inovação esteja sendo feita dentro de uma Holding, é importante protegê-la, tanto em questões jurídicas quanto em exposição a consumidores, ou seja, quantos % dos consumidores serão expostos a tal produto ainda não finalizado? Isso porque, caso muitos consumidores sejam expostos, e o produto ainda esteja muito ruim, a marca da holding pode perder valor.
  • Depois de algum tempo de desenvolvimento, chega um momento especial, o de “Costumer Pivot” que pode ser encarado basicamente como o “Release Date” do produto. Nesse momento várias e várias funcionalidades já foram feitas, já está tudo testado, várias validações já foram feitas e, ao mesmo tempo, o mercado de “Early Adopters” está acabando, ou seja, a versão oficial precisa ser lançada. Nesse momento, algumas atitudes são necessárias, como uma grande reformulação UX e uma repaginação na velocidade de ciclagem pelo construir-analisar-aprender. Isso porque consumidores Mainstream não perdoam tanto quanto os Early Adopters e, produtos com falhas ou experiência ruim morrem rapidamente. A UX precisa estar feita, e o número de testes possíveis cai enormemente. 

O livro ainda dá várias dicas sobre vários outros temas, como constituição de times, atuação dos gestores, métricas do ego, entre outros, e certamente merece seu lugar na estande de todos que se envolvem com o desenvolvimento de projetos e produtos, por conter uma quantidade gigante de informações e experiências pertinentes. 

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