Antes de abordar o tema central deste texto, vamos fazer uma breve reflexão sobre o comportamento das pessoas em relação à saúde no Brasil: Quantas pessoas você conhece que se preocupam com a prevenção de doenças? Que levam uma vida saudável? Fazem exercícios regularmente? Se alimentam bem? Fazem exames preventivos e não esperam os sintomas ficarem insuportáveis para procurar um tratamento?
Exatamente! Atualmente a maioria da população não se preocupa ou não tem condições de cuidar da saúde, elas se preocupam somente com o tratamento após o diagnóstico de alguma doença e como já vimos em outro conteúdo aqui no blog, a prevenção é mais barata que o tratamento.
Pesquisas apontam que dentre os custos recorrentes que os brasileiros menos gostam de pagar, a saúde é o primeiro lugar. Muito se deve ao fato de que os prejuízos com saúde são vistos após alguns meses ou anos. Isso faz o brasileiro preferir gastar mais (e gostar de gastar mais) com roupas, comidas e eletrônicos.
Essa reflexão é necessária, pois precisamos pensar nas inovações para a área de saúde conforme as dores reais do segmento e de dados sobre o mercado. Não adianta ter um produto /serviço super incrível e inovador se não sabemos qual dor ele resolve e quais são suas aplicações reais e se ele realmente fará a diferença na vida das pessoas.
O mercado da saúde tem um potencial imenso, principalmente no Brasil onde somos tão carentes de soluções e onde a maioria da população não tem acesso a tratamentos básicos. E para inovar em saúde é preciso ter uma visão holística e não só o foco no tratamento de doenças. É preciso pensar sobre os maiores gaps e onde estão as melhores oportunidades.
As pessoas devem ser foco de toda a inovação em saúde
Não só no mercado de saúde, mas essa é uma grande tendência no ecossistema de inovação, e usaremos outro mercado para exemplificar: as fintechs! As startups mais bem sucedidas no segmento, como o Nubank, têm foco principal nos seus usuários, em resolver seus problemas e não apenas no lucro (que acaba vindo como consequência dos clientes satisfeitos).
E na saúde não deve ser diferente, afinal as healthtechs lidam com a vida das pessoas, direta ou indiretamente, então o cliente precisa ser o foco de qualquer inovação e o impacto virá cada vez mais de empresas que atendem aos seus clientes com mais precisão e eficácia, fornecendo soluções de saúde personalizadas e preventivas.
Foque sempre na experiência do cliente, e para te ajudar com isso existem algumas palavras-chave: engajamento com a saúde, empoderamento do paciente, humanização dos atendimentos, customização de saúde, personalização.
O paciente satisfeito, quando realizado um tratamento adequado, vive mais e melhor, retorna e indica amigos e familiares. O lucro vem como consequência do atendimento centrado no paciente e na medicina baseada em valor.
Nem tudo é sobre “Move fast, break things”
Essa é uma frase famosa e muito usada por empreendedores, mas exige um certo cuidado quando falamos de healthtech.
As healthtechs têm limites de erros muito menores do que outros mercados, não se pode arriscar tanto nos produtos, quando isso pode colocar uma vida em risco. Consequentemente, levar uma startup de saúde para a escala leva mais tempo.
Além disso, a resistência por parte dos clientes, sejam empresas ou pessoas físicas também precisa ser superada, pois, os investimentos são altos e os riscos também.
Apesar do movimento acelerado que estamos vivendo com a telemedicina, devido à pandemia de COVID-19, os avanços em inovação na área da saúde são, e devem ser, cautelosos, sempre com o foco no paciente, como centro do cuidado.
O que é essencial para empreender na saúde?
Para ser um empreendedor de sucesso nessa área você precisa estar realmente disposto a fazer a diferença e a entender as dores do mercado.
Propósito: O seu propósito precisa ser muito claro e disseminado entre todas as pessoas que estão com você no projeto. Qual é o seu por quê? Como Simon Sinek fala em seu livro “Comece pelo por quê”, se você está motivado por um por quê, o sucesso simplesmente acontece.
Foco na gestão: profissionais gestores são raríssimos na área, mas são essenciais para o sucesso de um negócio.
Resiliência: Nem sempre (ou raramente) você vai acertar na primeira tentativa. A sua ideia vai precisar pivotar. E para ter sucesso, não se apegue à solução, mas sim ao problema! O problema deve ser uma dor real do seu cliente, e a solução pode mudar de acordo com o entendimento do cliente sobre sua dor.
Capital humano: muitas ideias são aceleradas pelas pessoas que estão por trás. Então tenha uma boa equipe com você que realmente acredita na solução ou encontre mentores que possam auxiliar. Como diria Jorge Paulo Lemann, esteja perto de gente boa.
Coragem para arriscar: Pense grande e não tenha medo de arriscar. O mercado é imenso e há inúmeras oportunidades a serem exploradas.
Esteja aberto para oportunidades: Conecte-se com o ecossistema de inovação, assim você pode encontrar parceiros de negócios, investidores, colaboradores e clientes. E caso não saiba como dar esse passo, entre em contato com a FHE Ventures. Estamos inseridos nesse ecossistema e trabalhamos para construir o maior hub de saúde da América Latina.
Adorei o conteúdo do blog! As dicas apresentadas são simplesmente incríveis e vão fazer toda a diferença na minha rotina diária. Parabéns pela postagem!